Continuando a minha árdua, mas prazerosa, tarefa de mergulhar de volta no tempo e trazer tudo o que você queria (ou não) saber sobre essas latas velhas fodásticas, hoje falarei sobre um modelo da Ford lá do início século XX, que foi o momento em que o senhor nerd Henry Ford começou por em prática seus conhecimentos automobilísticos.
Henry estava determinado a construir um carro simples, confiável e acessível; um carro que o trabalhador americano comum poderia pagar. A partir dessa determinação, e depois de vários modelos construídos, surgiu o Modelo T e a linha de produção – duas inovações que revolucionaram a sociedade americana e modelaram o mundo em que vivemos hoje.
Ford Modelo T
Conhecido no Brasil como Ford de Bigode, foi o produto da fábrica estadunidense que popularizou o automóvel e revolucionou a indústria automobilística. Vigésimo projeto da marca, a partir de 1903, foi produzido por 19 anos entre os anos de 1908 e 1927.
Ford Modelo T
Qualquer um era capaz de dirigi-lo ou consertá-lo, sem precisar de motorista ou mecânico. Como diríamos hoje em dia, numa expressão atualmente em voga, era um produto user-friendly(amigo do usuário).
A fabricação desse modelo ganharia notável incremento a partir de 1913, quando Henry Ford, inspirado nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, implanta a linha de montagem e a produção em série. O T era o primeiro carro projetado para a manufatura.
Linha de produção da Ford
Em consequência, o custo de cada unidade caiu em relação aos concorrentes existentes no mercado. E a queda de preço foi constante: em 1908, ano de seu lançamento, a unidade custava US$ 850; em 1927, último ano de sua fabricação, o preço havia despencado para US$ 290.
Características
Sua estrutura era totalmente de madeira. Colunas, chassi, assoalho, longarinas, laterais, tudo era coberto com chapas de aço. O carro era alto o bastante para transpor com facilidade as precárias estradas da época.
Com relação à pintura, até 1914, o T foi fabricado em uma série de cores de acordo com a preferência dos consumidores. Em 1915, para cortar custos, o T passou a ser produzido exclusivamente na cor preta, situação que perdurou até 1926. Desta época, ficou célebre uma das muitas controvertidas frases de Henry Ford: “O carro é disponível em qualquer cor, contanto que seja preto.”. O objetivo de Henry Ford era um carro que qualquer um pudesse comprar, o seu preço era baixo, fator que aumentou a demanda. Enquanto isso, no departamento de pintura da Ford não havia lugar para a secagem de tantos automóveis fabricados, a solução foi adotar a cor preta por possuir uma secagem mais rápida.
O acelerador ainda não era um pedal, mas uma alavanca junto ao volante, que formava par com outra, para ajustar o avanço de ignição. As duas alavancas, opostas, formavam a figura de um bigode, o que levou o T a ser chamado, no Brasil, de Ford de Bigode. Quando o nome pegou, os modelos fabricados no Brasil passaram a mostrar, no ornamento do capô, a figura de um bigode, abaixo do logotipo da Ford.
Ford de bigode
E ainda tinha os opcionais. Exceto em alguns períodos e para alguns modelos, faróis e buzinas eram oferecidos como opcionais, mediante pagamento adicional. O farol auxiliar do motorista, elétrico, com controle interno, muito útil numa época de má iluminação pública, sempre foi oferecido como opcional.
Certamente, um belo carro pra época. E hoje em dia, um belo carro pra colecionadores. Sem dúvida um grande marco pra história do mundo.
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Fonte: wikipedia.org
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